segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Crítico Convidado: Amor e outras drogas

O texto de hoje foi escrito pelo editor do blog parceiro Daiblog - Diversão - Arte Informação. Michel Toronaga é brasiliense, jornalista e cinéfilo. Gosta de escrever crônicas. Foi o diretor e roteirista dos curtas Tv Alieno e Na coleirinha. Gosta de fotografar, comer bem e tem 97% de certeza que o nosso planeta se acabará em 2012.

Amor e outras drogas

Ambientado nos final dos anos 90, época do lançamento do Viagra, Amor e outras drogas conta a história de Jamie Reidy (Jake Gyllenhaal, de O segredo de Brokeback Mountain e Príncipe da Pérsia - As areias do tempo), um rapaz garanhão que se envolve com várias mulheres e não planeja compromisso com nenhuma. Depois de perder o emprego por causa desse comportamento, ele começa a trabalhar como representante de medicamentos.

É aí que ele acaba conhecendo Maggie Murdock (Anne Hathaway, de Alice no país das maravilhas, O casamento de Rachel, Noivas em guerra). A jovem é extremamente parecida com ele e procura parceiros unicamente para ter sexo fácil. As semelhanças acabam atraindo os dois, embora Meggie tenha um motivo para justificar seu estilo de vida: ela tem uma doença degenerativa.

Apesar da carga dramática, Amor e outras drogas não segue tanto o caminho do dramalhão - opção que poderia ser facilmente escolhida por causa do problema e saúde da mocinha. Mesmo assim o filme funciona mais como drama do que comédia, já que boa parte das piadas do coadjuvante Josh Gad (Marmaduke, Território restrito) não são engraçadas. O acerto do humor fica nas sequências mais sarcásticas que mostram uma visão bem safada da indústria farmacêutica.

Com a direção de Edward Zwick (O último samurai), a estreia traz ainda no elenco Oliver Platt (2012, Ensinando a viver), Hank Azaria (Os Simpsons - O filme, Uma noite no museu 2, O preço de uma verdade), Gabriel Macht (Terror na Antártida), Judy Greer (Vestida para casar, Amaldiçoados) e Kate Jennings Grant (Quando um estranho chama). É o tipo de produção recomendada para ser vista a dois pela beleza e carisma dos protagonistas, por causa do romance e da mensagem feita para fazer casais suspirarem.

Cotação do Daiblog

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

PIPOCA NO SOFÁ: O livro de Eli é recheado de ação e suspense

Quando vi a capa de “O livro de Eli” (2010) até achei interessante, mas outros filmes acabaram me fazendo esquecer dele, até que agora, sem nada para ver, resolvi assistir. E realmente fiquei me perguntando porque eu adiei tanto. De fato, é um filme que merece até reprise.

Sem se preocupar em dar enormes explicações sobre o que aconteceu para o mundo estar tão devastado, “O livro de Eli” deixa apenas algumas pontas para que o expectador vá amarrando o passado. Com cenário bem desenvolvido, diferente dos filmes do gênero que pecam por exageros, a direção dos irmãos Albert Hughes e Allen Hughes (Do inferno, 2001) soube equilibrar as paisagens sujas com o que o contexto pedia.

Imagine um mundo pós-apocalíptico, no qual a comunicação se tornou mais do que precária, a locomoção tem que ser feita a pé, o canibalismo passou a ser praticado para a sobrevivência e a água potável está a preço de ouro. Assim, a humanidade está prestes a desaparecer. Mas um andarilho, Eli (Denzel Washington) possui o que acredita ser a solução para “salvar” o mundo. Mas para isso, ele precisar seguir para o oeste.

Entretanto, esse caminho não vai ser nada fácil. Com as ruas cheias de perigos, como assaltantes, gangues e canibais, Eli precisará de muita força, coragem e habilidade para cumprir seu destino, que parece mais difícil a cada dia.

Recheado de cenas de ação, muita luta e adrenalina, “O livro de Eli” deixa o espectador vidrado, querendo saber o que vai acontecer a cada segundo, assim as quase duas horas de filme passam rapidamente. Sem sombra de dúvida, este é um filme que merece ser indicado.

Estrelas

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

NO CINE: Desenrola acerta no enredo e garante diversão

Criativo, jovem, divertido são adjetivos que definem bem o mais novo filme de Rosane Svartman (“Mais uma vez amor”, 2005). “Desenrola” (2011) chegou com tudo nos cinemas e não foi só a garotada que foi correndo conferir. Cheio de situações que remetem a adolescência, o filme promete agradar tanto aos mais jovens, que irão se identificar com algum personagem, quanto aos mais velhos, que irão lembrar de sua juventude.

O uso da pesquisa online, que a direção de “Desenrola” fez, foi sensacional. Uma vez, que o filme abordou temas que estão presentes no mundo do jovem o tempo todo. Amigos, irmãos, gravidez na adolescência, homossexualidades, pais separados, primeiro amor, primeira vez, com toda a certeza, ocupam a cabeça dessa galera.

“Desenrola” também me surpreendeu pelo elenco, que parecia bem maduro e confortável em seus papéis, apesar de os atores principais não serem famosos. A trilha sonora, quase toda com base nos anos 80, também é bem interessante (e nem preciso falar que curti demais).

Nesse universo, conhecemos Priscila (Olívia Torres), uma menina de 16 anos que está no primeiro ano do Ensino Médio. E como todos que estão nessa fase, ela tem suas dúvidas, angústias, paixões e descobertas para viver. Mas, quando sua mãe viaja a trabalho por 20 dias, Priscila vai procurar aproveitar cada segundo do melhor jeito que puder. Apaixonada por um surfista muito galinha (Kayky Brito), a menina finalmente vai ter sua chance com o gato. Entretanto, vai acabar vendo que a vida não é um conto de fadas, porém é aí que ela vai aprender, mesmo indo por caminhos tortos, o que é se apaixonar e se decepcionar. Enfim, tudo vai desenrolar.

Falando a linguagem de seu público-alvo, “Desenrola” conta com muitas cenas engraçadas e momentos bem divertidos. Criativo, o filme conseguiu prender os espectadores até o final dos créditos usando uma técnica bem bacana, como se estivéssemos assistindo pela tela de computador. Descontraído, com certeza, vai agradar a todos, então pegue sua pipoca e aproveite a sessão.

Estrelas

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

PIPOCA NO SOFÁ: Como treinar o seu dragão é cheio de ação e amizade

Há muito tempo estava querendo ver “Como Treinar o Seu Dragão” (2010). Baseado no livro  homônimo de Cressida Cowell, o filme chama a atenção pelo gráfico, que nos posters e na capa do DVD, parece bem limpo e interessante, mas também não deixa a desejar na história.

Com a mensagem de que inteligência pode vencer a força, “Como Treinar o Seu Dragão” conta com a dupla Dean DeBlois e Chris Sanders (“Lilo e Stitch -  O filme”, 2002) na direção. Apresentando um gráfico impressionante, os cenários são bem desenvolvidos, bonitos e coloridos. Fofos e divertidos, os dragões, cada um com sua personalidade, são uma comédia a parte.

Na Ilha de Berk encontramos os Vikings, famosos por suas grandes lutas contra os dragões que atacam seu lar. Ser grande, forte, com cabelos longos e ter muita agilidade para derrotar os temidos inimigos é o sonho de todo adolescente. E aí nos deparamos com Soluço, pequeno, sem músculos, com pouco cabelo e nenhum jeito para combate. Mas nem por isso ele desanima e inventa uma porção de geringonças que o ajudem a se tornar um poderoso guerreiro.

Quando, sem querer, Soluço consegue capturar o mais temido e poderoso de todos os dragões, o pobre menino fica com pena de matá-lo. Mas os dois, em segredo, acabam se tornando grandes amigos. E Soluço vai descobrindo pouco a pouco como é possível adestrar os dragões. Mas como mostrar isso para o seu povo? E com salvar o seu melhor amigo da morte? É aí que a aventura começa.

“Como Treinar o Seu Dragão” apresenta personagens cativantes e marcantes, como o Banguela, o monstro feroz que se mostra corajoso e amigável, e Soluço, o garoto franzino que descobre como controlar as feras. Cheio de lições, mas sem deixar a aventura de lado, esse filme é recomendado para crianças de todas as idades, até para aquelas que já passaram dos 21 anos.

Estrelas

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

NO CINE: Além da vida une três destinos

Confesso que o trailer de “Além da vida” (2010) não chamou a minha atenção, mas mesmo assim, lá fui eu assisti-lo. Realmente, o filme superou as minhas expectativas, mas não posso negar que em alguns momentos realmente fiquei com sono.

Com a direção de Clint Eastwood (Invictus, 2009), “Além da vida” conta com muitos efeitos especiais bem bacanas; como o Tsunami, que parece de verdade. Além de trazer referências a acontecimentos reais, como o próprio Tsunami e a explosão de um metrô.

Aqui encontramos três pessoas que têm a história afetada pela morte de algum modo. Logo conhecemos a jornalista francesa Marie (Cécile De France), que sofre uma experiência de quase morte em um Tsunami. Também nos familiarizamos rapidamente com a vida de George (Matt Damon), que tem o poder de se falar com os mortos, e Marcus (Frankie/George McLaren), que perde o irmão gêmeo cedo e quer se comunicar com ele de qualquer modo. Assim, no jogo de acasos ou não, a existência desses três irá se cruzar e cumprir seu destino. Mas para que isso aconteça, vamos acompanhá-los por um pouco mais de duas horas de filme.

Além da vida soube aproveitar muito bem o modo como entrelaçou a história de seus personagens. Mas fiquei esperando um pouco mais de “como seria do outro lado”, o que ficou a cargo de nossa imaginação, já que não chegamos ver nada além de pessoas em um extremo vazio em pé lado a lado.

Estrelas


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

NO CINE: Enrolados é cheio de magia e aventura

Enrolados já prometia ser diferente desde seu título e seu trailer. E foi o que aconteceu. “Enroaldos” (“Tangled”, 2010) é um conto de fadas que apresenta a princesa por um outro prisma. Apesar de ainda ser boazinha, ela não é mais o ser frágil, como a branca de neve, bela adormecida e cinderela, que precisam de um príncipe que as salve. Agora, a mocinha é mais independente e corajosa. Munida de uma frigideira, Rapunzel enfrenta os perigos com muita coragem.

Baseado no clássico literário Rapunzel, dos Irmãos Grimm, Enrolados apresenta-se sem o ar tenebroso do conto e ainda oferece um lado cômico. Com a direção de Nathan Greno (Super Rhino, 2009) e Byron Howard (Bolt, 2008), o filme traz as famosas canções de filmes da Disney e também seus animais humanizados. Com destaque para o engraçado camaleão Pascal e o corajoso cavalo Maximus, que são uma diversão à parte.

A história começa com o clássico mal entristecendo a vida das pessoas e termina feliz, mas mesmo assim consegue ter sua graça. Quando pequena, Rapunzel é raptada e cresce isolada em uma torre, sem conhecer ninguém além da “bruxa” que a sequestrou, a quem chama de mãe. A menina sabe que o seu cabelo tem o dom de curar quando ela canta, por isso, a bruxa a convence de que pessoas más querem roubar essa sua preciosa dádiva. 

Mas no seu aniversário de 18 anos, Rapunzel quer ver de perto as luzes que brilham todos os anos nessa data. Mas a bruxa não deixa. Entretanto, de repente o bandido mais procurado do reino, Flynn Ryder, acaba encontrando sua torre durante uma fuga. Então, ela reúne toda a sua bravura, na companhia do seu melhor amigo, o camaleão Pascal, e com o poder da sua frigideira, convence Flynn levá-la até o reino para ver as luzes. Esse caminho será muito divertido, cheio de novas descobertas e muita aventura para uma menina que passou toda a sua vida trancada.

Com muito colorido e efeitos especiais bem legais, Enrolados é um filme cheio de magia e aventura. Apesar do seu previsível final feliz, com certeza, irá agradar ao público, tanto as crianças, que vão se deslumbrar, quanto os adultos, que poderão voltar um pouco no tempo.

Estrelas

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

NO CINE: Apesar das piadas, “De pernas pro ar” é cheio de preconceitos

Logo que vi o trailer do filme “De pernas pro ar” (2010) quis assistir. Parecia realmente engraçado. Acho a Ingrid Guimães uma ótima atriz de comédia. Então pensei: “não vai ter erro”. E só para quebrar a minha cara, com o senso crítico que me resta, mais uma vez eu pude perceber que as aparências enganam.

Tudo bem, eu tenho que admitir que “De pernas pro ar” tem lá as suas piadas e um pouco de graça, mas por favor, a história é um verdadeiro drama. Com a direção de Roberto Santucci (Bellini e a Esfinge, 2001), o filme tenta ser moderno trazendo artigos de sex shop e mostrando como os mais velhos são descolados, mas na verdade o que vemos é puro machismo: mulher não pode ser bem sucedida no trabalho, senão estraga o casamento. Ou seja, o lugar ideal da mulher é ficar em casa cuidando dos filhos e fazendo as vontades do seu marido.

Assim conhecemos Alice (Ingrid Guimarães), uma mulher bem sucedida no trabalho e que está prestes a ganhar uma promoção. Mas o seu marido a deixa. Transtornada, ela acaba fazendo burrada e perde o emprego. Quando conhece Marcela (Maria Paula), uma vizinha que é dona de Sex Shop. Ela convida Alice a explorar esse mundo. Com toda sua experiência em marketing, Alice acaba virando sócia de Marcela e expandindo a loja. Porém quando o marido volta as coisas vão ter que mudar um pouco.

A moral do filme é frouxa. Na verdade não tem, mas a ideia que ele tenta passar é que lugar de mulher é em casa e ela não pode de jeito algum se dar bem no trabalho, senão seu casamento vai pelo ralo. E por favor, isso não é coisa que criança vá ver. Um bando de pais, que provavelmente têm algum problema muito grave, foram assistir contentes ao filme na companhia de seus filhos. (#facameofavor)

“De pernas pro ar” garante algumas risadas, sim, mas todas são baseadas em esteriótipos e visões preconceituosas da nossa sociedade que pretende se mostrar moderna, mas não larga suas raízes moralistas e machistas. Se você não se incomodar com isso, pode correr para o cinema.

Estrelas

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

NO CINE: As crônicas de Nárnia e o Peregrino da Alvorada é repleto de aventura

Mais uma vez As crônicas de Nárnia (2010) chegam às telonas do cinema com seus ensinamentos cristãos. E agora, além dos irmãos Susana e Pedro não poderem mais voltar à Nárnia, esta será a última viagem de Lúcia e Edmundo, que já estão ficando velhinhos para voltar ao “mundo encantado”.

Com a direção de Michael Apted (007 - O Mundo Não é o Bastante, 1999), As crônicas de Nárnia e o Peregrino da Alvorada é realmente um filme voltado para crianças. Além das fantasias e dos seres mágicos, a história é contada de uma forma que somente os pequenos podem imaginar.

A bordo do navio Peregrino da Alvorada, Lúcia e Edmundo vão enfrentar desafios para mais uma vez salvar Nárnia de perigos desconhecidos e sombrios. Aqui conhecemos o primo mimado e irritante, Eustáquio, que regressará para protagonizar o próximo filme, já que os irmãos não poderão mais voltar a este mundo.

Nessa jornada, o rei Caspian, Lúcia, Edmundo, Eustáquio e os corajosos tripulantes do navio têm a   importante missão de encontrar os sete fidalgos desaparecidos e reunir suas espadas na mesa de Aslan. Mas não é tão fácil assim, além de uma fumaça verde misteriosa pairar sobre o mar abduzindo as pessoas que encontram, nossos “heróis” não sabem que rumo seguir ou o que fazer. Assim, partem em busca de respostas rumo ao desconhecido.

Repleto de aventura, As crônicas de Nárnia e o Peregrino da Alvorada  agrada as crianças, tanto na história, como nos efeitos especiais. Mas para os adultos mais exigentes (ou não), como eu, faltará uma pitada de alguma coisa, que não acontece o filme todo.

Estrelas

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

NO CINE: Red prova que ação é para todas as idades

Não estava com muita vontade de ver “Red – aposentados e perigosos” (2010), mas depois de algumas recomendações, resolvi conferir se era legal mesmo. E até que me surpreendi. Como é bom ver um filme sem expectativas!

Com a direção de Robert Schwentke (Plano de Voo, 2005), Red conta com nomes de peso, como Bruce Willis, Morgan Freeman e John Malkovich. A história, apesar de aparentemente tentar focar  outro prisma (como: os velhinhos também podem fazer alguma coisa), é previsível, mas mesmo assim consegue ter umas pitadas de comédia.

Sabe aquelas famosas queimas de arquivo? É exatamente isso que vão tentar fazer com o experiente Frank Moses (Bruce Willis), um agente da CIA aposentado que sabe demais. Porém, mesmo sem compreender o que de fato está acontecendo, Frank vai mergulhar no passado e investigar até que tudo fique esclarecido. E os seus oponentes que se cuidem, pois não é por acaso que ele e seus amigos (Joe - Morgan Freeman, Marvin - John Malkovich e Victoria - Helen Mirren) são rotulados de RED (Retired Extremely Dangerous – Aposentados Extremamente Perigosos).

Red é um filme de ação, com muitas pitadas de comédia, recheado de espionagem, tiros e muitos planos. Apesar de parecer que os “velhinhos” só querem ser adolescentes de novo, o filme mostra como é importante a lealdade dos amigos. Pegue a pipoca e aproveite para relaxar.

Estrelas

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