(Olá! Estou de volta. Peço desculpas aos leitores pelo tempo que fiquei sem postar, mas foram muitas coisas e não estava conseguindo tempo de ir ao cinema ou ver filmes em casa e escrever. Mas, agora, vamos voltar com tudo – leia-se: muitas críticas.)
E finalmente chega às telas do cinema o esperado (pelo menos por mim) Jogos Vorazes (“The Hunger Games”, 2012). A sessão na qual fui também parecia estar lotada de fãs, que, diga-se de passagem, estavam bem entusiasmados com o que viam, se contarmos os aplausos e burburinhos de aprovação que brotavam da plateia durante a exibição.
Com a direção de Gary Ross (“Seabiscuit - Alma de Herói”, 2003), a versão do primeiro livro de Suzanne Collins para o cinema não sofreu tantas mudanças quanto a maioria das adaptações. Mas, a grande diferença é que o foco da narração sai da protagonista, Katniss, e passa para um narrador onipresente, tanto que é possível conhecer coisas que ela ainda não sabia durante o primeiro livro. Porém, houve uma perda considerável para entendermos os sentimentos da jovem, o que torna a emoção e o envolvimento do expectador menores.
O filme foi pensado no meio termo. Para o fãs é maravilhoso poder ver tudo aquilo em alta resolução. E os novatos não se perdem na história. Eis um ponto positivo: não precisa ler o livro para entender o que está acontecendo. Mas ajuda bastante, já que algumas falhas deixam de explicar coisas interessantes, como: onde a Katniss realmente arrumou o mockingjay (tordo, em português), a falta de emoção entre ela e a mãe (parece que a Katniss é uma má agradecida, só isso).
Com trilha sonora perfeitamente encaixada nas cenas, viajamos para um futuro pós-apocalíptico e chegamos em Panem, um país devastado e dividido em 12 distritos. Por causa da última grande rebelião, que acabou dizimando a população do distrito 13, a Capital governa o país com mão de ferro e para lembrar aos cidadãos que não devem se rebelar, todos os anos acontece uma edição de um evento televisionado chamado “Jogos Vorazes” (“Hunger Games”). Para dar emoção ao confronto, 24 jovens, entre 12 e 18 anos, se enfrentam em uma arena até a morte. Só um sobrevive. E para estrelar esse show de horrores, são feitos sorteios em todos os distritos, de onde saem um menino e uma menina.
Esse ano, na primeira vez em que entra para o sorteio, a pequena Primrose Everdeen (Willow Shields) é escolhida. Porém, sua irmã mais velha não aguenta o sofrimento e se candidata como Tributo para ir em seu lugar. Junto com Katniss (Jennifer Lawrence), Peeta Melark (Josh Hutcherson), antigo conhecido com quem a protagonista não falava há tempos, segue para a batalha na Capital. Com muita luta e sofrimento na arena, a jovem ainda arruma um jeito de desafiar as autoridades.
Porém, toda essa história se passa rápido demais. O filme é grande, mas parece que muitas partes da narrativa foram simplesmente jogadas para o público sem o devido cuidado e tempo que merecem. Tudo o que aconteceu na arena foi muito rápido. Não mostraram o verdadeiro horror por causa da faixa etária, mas poderiam ter trabalhado um pouco mais, tanto os momentos difíceis quanto o casal do distrito 12. Isso atrapalhou um pouco o envolvimento do público iniciante.
Mesmo assim, Gary Ross foi capaz de concentrar a essência da obra e brilhantemente a atriz Jennifer Lawrence, no papel de Katniss Everdeen, conseguiu manter a personagem entre a inocência e a coragem necessária para comover o expetador. Quem não convenceu muito foi Josh Hutcherson como Peeta Melark. Faltou um ar mais apaixonado, talvez.
Com o personagem principal feminino, a verossimilhança, alusões inteligentes, maquiagens e figurinos bem trabalhados, “Jogos Vorazes” cumpre o seu papel. Para quem gosta de filmes de aventura para o público jovem é uma boa pedida!
Estrelas