terça-feira, 8 de novembro de 2011

NO CINE: “A casa dos sonhos” não traz novidades


Sinceramente? Acho que vou parar de ver trailers. Mais uma vez, lá fui eu cheia de expectativa ver um filme. Agora, foi “A casa dos sonhos” (“Dream House”, 2011). Não estou dizendo que é tão ruim assim, mas promete muito mais do que cumpre. A cada instante, esperei a reviravolta ou a cena de impacto que não aconteceu até depois de passarem os créditos finais.

O thriller psicológico, dirigido por Jim Sheridan (“Entre irmãos”, 2009), funciona como um suspense mediano. Com inicio promissor, o meio do filme acaba por se apresentar cansativo e cria expectativas que não levam a lugar algum. O roteiro parece se perder e esquecer de voltar para o mesmo ritmo do começo da trama. O desfecho até que pode ser considerado interessante, entretanto é totalmente previsível. Porém, uma certa curiosidade, me fez assisti-lo até o fim.

Logo, o expectador é apresentado a Will Atenton (Daniel Craig), um bem sucedido editor, que resolve abandonar o emprego para se dedicar mais a sua família. Nesse período, também pretende escrever um livro. Na casa nova, realmente parece que Wiil, sua esposa Libby (Rachel Weisz) e suas filhas, Trish (Taylor Geare) e Dee Dee (Claire Geare), serão muito felizes. Mas, de repente fenômenos estranhos começam a acontecer. É quando o ex-editor descobre que este foi o local de um homicídio, no qual o pai matou a mulher e suas duas filhas. Então, começa a sua luta para desvendar todo esse mistério. (Qualquer coisa que fale a mais, será spoiller e não haverá motivo para conferir a obra.)

A dicotomia entre a realidade e a imaginação não é muito diferente de outros filmes, como Janela Secreta (2004, David Koepp). Entretanto, alguns pontos merecem destaque. Daniel Craig consegue interpretar de forma convincente dois papéis, o pai carinhoso e preocupado e o homem transtornado. E as atrizes mirins, Taylor Geare e Claire Geare, desempenham muito bem suas personagens. Com uma fotografia ótima, “A casa dos sonhos” pode até servir como passa tempo, mas não assista desavisado, porque não há nada demais. E também não espere muito desse suspense.

Estrelas

terça-feira, 1 de novembro de 2011

PIPOCA NO SOFÁ: Árvore da vida convida a meditar e contemplar


Já faz um tempo que eu queria assistir “Árvore da vida” (“The Tree of Life”, 2011), mas por um motivo ou outro não conseguia. Entretanto, devo confessar que valeu a pena esperar e ter tempo para pensar um pouco mais do que é necessário fazer, ultimamente, assistindo a todos esses enlatados e comédias no estilo americano.

Com a direção de Terrence Malick (“O novo mundo”, 2005), o filme apresenta uma narrativa não linear, a qual não se preocupa deixar tudo muito explicado ao espectador. Por isso, é preciso prestar bastante atenção às cenas, falas e até mesmo imagens. De fato, é concebido para a busca de reflexões pessoais tanto sobre o tema quanto sobre a compreensão do que se passa. A história da “Árvore da vida” gira em torno da perda de um ente querido, mas este não é um conto sobre morte e, sim, uma linha que conduz a meditações profundas sobre o sentido da vida e outros questionamentos comuns que devem ser respondidos por cada um. 

Tudo começa com a morte de um dos filhos do casal O'Brien. Durante a trama, aos poucos é possível conhecer os integrante dessa família e compreender seus dramas individuais. Os três personagens principais, que são muito distintos, se completam. O sr. O'Brien (Brad Pitt) procura ser um pai rígido, mas que busca criar os seus filhos da melhor maneira para que sejam boas pessoas no futuro. Entretanto, a sra. O'Brien (Jessica Chastain) ama incondicionalmente as crianças e esquece de impor-lhes certos limites. O mais velho, Jack (Sean Penn) cresce revoltado e achando que o pai não gosta dele. Mas, na verdade, só não compreende que o sr. O'Brien está apenas tentando fazer com que ele seja um homem melhor. 

Assim, a partir de um drama familiar, “Árvore da vida” faz uma viagem no tempo retratando diferentes visões de mundo. Intenso, emocionante e sensível, o filme traz cenários lindos, com uma fotografia impressionante e efeitos especiais fascinantes que combinam perfeitamente com a trilha sonora. Os jovens atores Hunter McCracken (jovem Jack) e Tye Sheridan (Steve) merecem destaque por sua atuação que não perde em nada ao lado de nomes como Brad Pitt e Sean Penn. Com certeza, “The Tree of Life” (no original) é uma boa obra. Mas não adianta ir assisti-la com a mente fechada ou sem paciência para contemplação e meditação. Então, só dedique seu tempo, caso realmente esteja interessado.

Estrelas 

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